sábado, 26 de dezembro de 2015

O mercado na China

China: ações sobem em dia de pouco volume
Por CdB em dezembro 25, 2015





As ações chinesas tiveram ligeira alta, com o volume de negociações em Xangai em uma mínima de duas semanas devido ao feriado de Natal
Por Redação, com Reuters – de Pequim:

As ações chinesas tiveram ligeira alta nesta sexta-feira, com o volume de negociações em Xangai em uma mínima de duas semanas devido ao feriado de Natal em muitos centros globais, enquanto o índice japonês Nikkei terminou com queda.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,23 %, para 3.838 pontos. O índice de Xangai subiu 0,43 %, para 3.628 pontos.

Na semana, o CSI300 teve alta de 1,9 %, enquanto o SSEC subiu 1,4 %.

A maioria dos setores, incluindo bancário, telecomunicações e infraestrutura, tiveram alta leve, mas as ações de transportes terminaram a sessão em território negativo.
Já no Japão o índice Nikkei caiu 0,11 %, com o iene ligeiramente mais forte contendo o apetite por risco. Na semana, o Nikkei caiu 1,1 % e registrou a quarta perda semanal.



A maioria dos setores, incluindo bancário, telecomunicações e infraestrutura, tiveram alta leve

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,11 %, a 18.769 pontos.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng permaneceu fechado.
Em Xangai, o índice SSEC ganhou 0,43 %, a 3.628 pontos.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,23 %, a 3.838 pontos. Em Seul, o índice KOSPI não operou.
Em Taiwan, o índice Taiex registrou alta de 0,47 %, a 8.363 pontos.
Em Cingapura, o índice Straits Times valorizou-se 0,49 %, a 2.877 pontos.
Em Sydney o índice S&P/ASX 200 avançou 1,28 %, a 5.207 pontos.
 

sábado, 12 de dezembro de 2015

É um momento de assumir responsabilidades ainda maiores pelo Brasil.

Crise faz 13 estados e o DF estourarem limite de gastos com pessoal
  • 12/12/2015 11h16
  • Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil






A crise econômica está tendo forte impacto sobre as contas das unidades da Federação. Com a arrecadação reduzida e atrelados a acordos de reajustes salariais, 13 estados e o Distrito Federal estão estourando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal para as despesas com o funcionalismo local, segundo levantamento feito pela Agência Brasil com base em relatórios enviados pelos governos estaduais ao Tesouro Nacional.

A situação está mais crítica em Alagoas, no Distrito Federal, em Mato Grosso, na Paraíba, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte e no Tocantins, que ultrapassaram o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL) nos gastos com o funcionalismo público até agosto, último dado disponível. Sete estados – Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe – ultrapassaram o limite prudencial, 46,55% da RCL, e já sofrem algumas sanções.

Se for levado em conta o limite de alerta (44,10%), o número de unidades da Federação com altas despesas no funcionalismo público aumenta para 21, com a inclusão do Acre, Amapá, da Bahia, do Ceará,  Espírito Santo, Piauí e de São Paulo. O limite de alerta, no entanto, não implica sanções, apenas autoriza os tribunais de Contas estaduais e do DF a fazer uma advertência aos governadores.

Os estados que ultrapassam o limite prudencial sofrem restrições à concessão de reajustes (apenas os aumentos determinados por contratos e pela Justiça são autorizados), à contratação de pessoal (exceto reposição de funcionários na saúde, na educação e na segurança), ao pagamento de horas-extras e ficam proibidos de alterar estruturas de carreiras. Quem estoura o limite máximo, além das sanções anteriores, fica proibido de contrair financiamentos, de conseguir garantias de outras unidades da Federação para linhas de crédito e de obter transferências voluntárias.

Os números mostram a deterioração das contas estaduais nos últimos meses. Em dezembro de 2014, apenas Alagoas, a Paraíba, Sergipe e o Tocantins ultrapassavam o limite máximo. o Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina tinham estourado o limite prudencial. o Acre, Amapá, Amazonas, a Bahia, Goiás, Mato Grosso, o Pará, Pernambuco, o Piauí e Rio Grande do Sul estavam acima do limite de alerta. A maior alta ocorreu no Rio Grande do Norte, cujos gastos com o funcionalismo saltaram de 48,87% (acima do limite prudencial) no fim de 2014 para 54,17% (acima do limite máximo) em agosto deste ano.

No entanto, alguns estados conseguiram apresentar melhora em um ano de crise. Sergipe, que estava acima do limite máximo em agosto de 2014, conseguiu diminuir o peso dos gastos com os servidores, embora o estado ainda esteja acima do limite prudencial. O Rio de Janeiro conseguiu obter uma leve diminuição, de 33,31% para 33,27%. Apesar de continuar acima do limite máximo, Alagoas também conseguiu conter os gastos com o funcionalismo entre dezembro de 2014 e abril deste ano. O Tesouro Nacional ainda não homologou os dados do estado referentes a agosto.

O levantamento não incluiu Mato Grosso do Sul. Em dezembro do ano passado, o estado gastava 38,6% da RCL com o funcionalismo, bastante abaixo do limite de alerta. Embora o governo do estado tenha enviado os relatórios de Gestão Fiscal deste ano, os documentos não foram homologados pelo Tesouro até agora.



Edição: Carolina Pimentel

domingo, 22 de novembro de 2015

Bancos públicos que rendem

CEF tem lucro líquido de R$3 bi no 3º trimestre
Por CdB em novembro 20, 2015
Por Redação, com Reuters – de São Paulo:





A Caixa Econômica Federal apresentou lucro líquido de R$ 3 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 60% sobre o mesmo trimestre do ano passado, embora a inadimplência do maior banco hipotecário do país tenha aumentado significativamente em meio à recessão da economia brasileira.



A Caixa disse que o retorno sobre o patrimônio líquido médio nos últimos 12 meses atingiu 13,2% no final de setembro.

Em nota, a Caixa disse que o retorno sobre o patrimônio líquido médio nos últimos 12 meses atingiu 13,2% no final de setembro.
O índice de inadimplência acima de 90 dias foi de 3,26%, influenciado pelas operações comerciais a pessoa física e a micro e pequenas empresas, além da desaceleração da atividade econômica, acrescenta a nota. No trimestre anterior, o índice de inadimplência tinha sido de aproximadamente 2,9% da carteira de crédito.
A carteira de crédito ampla avançou 15,5% em 12 meses e 2,8% no trimestre, alcançando R$ 666,1 bilhões.

sábado, 14 de novembro de 2015

BNDES, um banco de fomento brasileiro

BNDES tem lucro de R$ 3,124 bilhões no terceiro trimestre de 2015

  • 13/11/2015 17h59
  • Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil










O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou no terceiro trimestre do ano, lucro líquido de R$ 3,124 bilhões. O valor é 62% maior que o alcançado no mesmo período do ano passado, quando ficou em R$ 1,928 bilhão. De acordo com a instituição, o resultado reflete a melhora do resultado de intermediação financeira.

No acumulado entre janeiro e setembro, o BNDES teve lucro líquido de R$ 6,639 bilhões, resultado que significa queda de 10,3% na comparação aos nove meses de 2014, quando o lucro atingiu R$ 7,399 bilhões. Segundo o banco, a contração foi influenciada pelo resultado com participações societárias, após retração de R$ 5,4 bilhões se comparados os períodos, em razão, especialmente, da depreciação do mercado de capitais, classificada como forte pelo banco.

Em 30 de setembro, a rentabilidade sobre o patrimônio chegou a 15,45%. Na avaliação do BNDES, a qualidade da carteira de crédito precisa ser garantida, porque além de ser um banco público, o retorno das operações compõe o principal fundo para a concessão de novos financiamentos a projetos de investimentos.

Segundo o banco, o patrimônio líquido do Sistema BNDES em setembro de 2015 alcançou R$ 33,8 bilhões. Em dezembro de 2014 era R$ 30,7 bilhões. “O aumento do patrimônio líquido foi influenciado pelo resultado do período de R$ 6,6 bilhões, compensado pela perda no valor de mercado de participações societárias em empresas não coligadas [R$ 5,4 bilhões]”, explicou.

O retorno das operações do banco nos primeiros nove meses do ano representaram 95,8% dos recursos desembolsados no período. “O percentual de créditos renegociados foi apenas 1,88% da carteira total em 30 de setembro de 2015”, completou o BNDES.

O banco informou ainda que a redução expressiva do volume de dividendos pagos pelas empresas da carteira de participações societárias (R$ 2,347 bilhões) e o aumento na constituição de provisão para perdas no valor de R$ 2,794 bilhões, incluindo a queda do índice da Bolsa de Valores, contribuíram para o recuo do resultado com participações societárias, que atingiu R$ 5,450 bilhões. O BNDES acrescentou que o desempenho foi impactado por fatores alheios à gestão da instituição.

O banco destacou ainda o baixo percentual de inadimplência (0,02%). “Bem abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional [SFN], de 3,1%, no período e que reflete a alta qualidade da carteira de crédito do banco”, indicou.

Na BNDES Participações (BNDESpar), o lucro no terceiro trimestre ficou em R$ 1,314 bilhão, bem acima do registrado no mesmo período no ano anterior, quando foi R$ 467,986 milhões. De janeiro a setembro, o resultado foi negativo em R$ 96 milhões, mas ainda assim, significou recuperação em relação ao prejuízo de R$ 1,410 bilhão dos primeiros seis meses do ano. Em 2014, nos primeiros nove meses do ano, a BNDESPar obteve lucro de R$ 2,616 bilhões.

Edição: Fábio Massalli

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Outro estudo serio laureado. Novel de Economia 2015.



Prémio Nobel da Economia 2015 vai para Angus Deaton, da Universidade de Princeton
12/10/2015, 12:03234 partilhas
A Academia Sueca decidiu entregar o Prémio Nobel da Economia a Angus Deaton, um escocês que tem cidadania norte-americana e britânica e que é professor da Universidade de Princeton, nos EUA.





















Princeton University
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O prémio Nobel das Ciências Económicas de 2015 foi entregue a Angus Deaton, um escocês que tem cidadania norte-americana e britânica e que é professor da Universidade de Princeton, nos EUA. O prémio foi entregue devido ao trabalho de pesquisa de Angus Deaton sobre os temas do “consumo, pobreza e prestações sociais”. 

O anúncio foi feito esta segunda-feira, 12 de outubro, pela Academia Real das Ciências da Suécia. O website da Universidade de Princeton disponibiliza, neste link, os principais artigos científicos de Angus Deaton. O académico tem 69 anos de idade e, ao longo da sua carreira, tem concentrado a sua pesquisa nos temas da saúde, bem-estar e desenvolvimento económico.

Numa crítica ao seu recente livro – “The Great Escape” –, o The New York Times escreveu que “a mensagem central de Deaton é profundamente otimista, quase gloriosamente otimista”.

A Academia Sueca quis premiar Deaton porque este “transformou os campos da microeconomia, macroeconomia e desenvolvimento económico”. O trabalho do professor de Princeton ajuda-nos a antecipar três questões cruciais: “Como é que os consumidores distribuem os seus gastos entre diferentes bens?”; “Quanto do rendimento das sociedades é gasto e quanto é poupado?; e “Qual é a melhor medida e a melhor forma de analisar as prestações sociais e a pobreza?”.

Angus Deaton, que se doutorou na Universidade de Cambridge, participou, via telefone, na conferência de imprensa em que foi anunciado o prémio. Foi convidado por uma jornalista a comentar a recente crise dos refugiados e disse que esta é o resultado das “barreiras” que existem entre o “mundo pobre e o mundo rico”, ao cabo de “séculos de desenvolvimento desigual”. “A redução da pobreza nos países pobres pode resolver o problema, ainda que não por muito tempo”, respondeu o académico.

Na resposta a outra pergunta, Angus Deaton disse acreditar que a pobreza extrema vai continuar a diminuir no mundo, mas asseverou que não quer ser “um otimista cego”. “Não estamos ainda fora de perigo. Para muitas pessoas no mundo, as coisas estão muito, muito más“, afirmou o académico nascido na Escócia.

Um escocês depois de um francês

No ano passado, em 2014, o Nobel da Economia foi entregue ao francês Jean Tirole, pela sua “análise do poder e da regulação dos mercados” onde existem poucas empresas em concorrência. A Academia Sueca afirmou, na altura, que o Professor da Universidade de Toulouse era “um dos economistas mais influentes do nosso tempo” que fez “contribuições teóricas importantes em várias áreas, mas acima de tudo ajudou a compreender e regular setores onde existem apenas algumas empresas poderosas”.

Já em 2013, os laureados tinham sido Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen (dois Professores da Universidade de Chicago, nos EUA) e Robert Shiller, da Yale University, pela sua “análise empírica dos preços dos ativos”. O prémio Nobel das Ciências Económicas é entregue anualmente desde 1969, fazendo deste o 46º prémio. Nos primeiros 45 anos, o prémio foi dividido por duas pessoas em 17 ocasiões e seis vezes houve três laureados a partilhar a honra.

Segundo um conjunto de factos históricos reunidos pelo site oficial do Prémio Nobel, entre 1969 e 2012, a média de idades dos laureados com o Nobel da Economia foi de 67 anos. O premiado mais novo foi Kenneth J. Arrow, que tinha 51 anos quando recebeu o prémio em 1972, e o mais velho Leonid Hurwicz, que tinha 90 anos em 2007, ano em que foi laureado com o Prémio Nobel da Economia. A primeira mulher a receber o prémio foi Elinor Ostrom, em 2009.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O casamento tambem é a formação de uma sociedade



A última prioridade dos recém-casados deve ser comprar um apartamento, diz Cerbasi
Gustavo Cerbasi, autor de livros sobre finanças pessoais, fala sobre o que considera os melhores investimentos
Gustavo Cerbasi é um guru das finanças pessoais. Seu maior best-seller, Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, já vendeu mais de um milhão de exemplares e, segundo ele, já ajudou muita gente a evitar um desastre no relacionamento.




Sua trajetória pessoal e profissional lhe dá um bom gabarito para falar de dinheiro e oferecer conselhos sobre vida financeira. Formado em administração pela FGV, Cerbasi começou a carreira trabalhando na área de finanças e por muitos anos deu aulas sobre o assunto. Foi nessas aulas que ele descobriu a demanda por mais informações sobre finanças pessoais. Ele falava de empresas, mas os alunos queriam conselhos sobre suas próprias rotinas.

Quando começou a preparar a apostila para um novo curso, acabou dando aula para o dono de uma editora, que o convidou a escrever o primeiro livro: Dinheiro – Os segredos de quem tem

Cerbasi vinha de um período de muito trabalho. Ele e a esposa, Adriana, ralaram dobrado para pagar o casamento que tanto queriam. A festa aconteceu em 2002. Após perceber que, com um esforço extra o dinheiro chegava, decidiram continuar no ritmo acelerado por mais um tempo. O cansaço bateu e, após a publicação do primeiro livro, os dois decidiram passar uns meses morando no Canadá.

Durante o sabático, Cerbasi trocou muitos emails com gente que lia seu livro e mandava dúvidas ou críticas. Muitas mensagens eram de pessoas que diziam não conseguir aplicar os conselhos porque maridos ou esposas não colaboravam. Aí nasceu a ideia do seu livro de maior sucesso. Ele se tornou escritor profissional e hoje dá palestras por todo o Brasil.

Ah, sim, nesse meio tempo ele conquistou o sonho do primeiro milhão. Aproveitou 2002, ano em que a bolsa estava muito desvalorizada, o mesmo de seu casamento, e aplicou em ações o dinheiro de um apartamento que haviam vendido e do seguro de um carro roubado. Em pouco mais de três anos, multiplicou o patrimônio.

Nesta entrevista, ele fala sobre investimentos, relacionamentos e aposentadoria. Mas também sobre qualidade de vida e como devemos valorizar o momento presente, sem deixar tudo para amanhã ou ano que vem.

Você diz que não quer estimular as pessoas a acumularem, mas sim encontrar um equilíbrio. O que significa esse equilíbrio pra você?

Eu dei consultoria entre 2002 e 2008. Nesse período, percebi que aquelas pessoas que se saíam muito bem e poupavam muito mais do que o recomendado, mais cedo ou mais tarde se arrependiam. Geralmente esse arrependimento estava ligado à perda de uma pessoa querida ou de uma oportunidade. Por exemplo, tudo que se queria era fazer uma viagem de 50 anos de casamento e de repente a pessoa amada morria. Aí a pessoa não só deixava de poupar como tendia a se desfazer muito rápido da sua poupança em resposta a uma frustração. O sentido da vida não estava no presente, mas no futuro.

Quando comecei a constatar casos assim, passei a valorizar ideia de que planejamento financeiro não é para o futuro, é para o presente. O futuro é consequência de um bom presente. É parecido com a minha ideia de educação dos filhos [ele tem três]: eu não estou nem um pouco preocupado com o futuro deles, estou preocupado com o presente, de ser um bom pai, de dar um bom exemplo, de dar uma boa educação. Porque crianças bem educadas vão se virar no futuro.

Eu batalho contra a ideia de tirar do presente e colocar no futuro. Quero que as pessoas vivam seu presente da melhor maneira, cuidando para que esse presente não falte no futuro. É quase a mesma coisa, né? Mas as escolhas que as pessoas fazem a partir dessa reflexão são diferentes. Veja, quando você pensa em presente bem vivido, não procura coisas supérfluas a serem cortadas. Valoriza o que te faz bem, que podem ser cuidados pessoais, lazer, curtir shows. As pessoas que pensam só em poupar para o futuro tendem a cortar o que é fácil. Mas quando você corta a manicure, o cafezinho e as viagens de férias fica, apesar de construir racionalmente um futuro, emocionalmente abalada.

É como se as pessoas quisessem viver em tempos de guerra hoje para quem sabe um dia viver muito bem?

Exatamente. A verdade é que ninguém é disciplinado para poupar. É algo que você constrói e a principal base da disciplina é a motivação. Se você quer se alimentar bem, tem que gostar do que come. Se você quer manter a disciplina da poupança, não pode sentir como se estivesse destruindo o presente. Porque aí, mesmo que racionalmente você queira poupar, emocionalmente seu cérebro começa a se defender. A pessoa que deixa de lado o que lhe dá prazer para organizar as contas vai se sentir ansiosa e frustrada. Precisamos ter válvulas de escape para a vida estressante que levamos. A vida burocrática, de acordar, comer, trabalhar e dormir só funciona na matemática. Você pode se cuidar. Isso às vezes falta para as pessoas que se organizam de uma maneira excessivamente racional.

Qual o segredo então?

A fórmula para uma vida mais rica é adotar uma vida mais simples em termos de custo para não perder em experiência e qualidade de vida. Em geral, a regra é simples: você tem um carro de R$ 60 mil, venda e compre um de R$ 40 mil. Tem casa de R$ 500 mil, compre ou alugue uma de R$ 400 mil. Quando você compra um carro mais barato vai economizar IPVA, seguro, não vai ficar com tanto medo de estacionar na rua... Às vezes, uma ou duas escolhas na sua vida trazem uma cadeia de redução de custos que vão facilitar muito a administração do orçamento. Por isso, prefiro morar numa casa um pouco menos confortável e sair dela no fim de semana do que pagar uma casa melhor e não ter lazer ou uma vida bem cuidada. Aí a conta fecha com uma facilidade incrível.

Quem dá dicas para guardar dinheiro geralmente fala na importância de ter objetivos. Você concorda?

Sim. A primeira coisa para poupar é ter certeza de que você não vai gastar mais do que ganha. O único jeito de ter essa certeza é ter certa flexibilidade no orçamento, porque imprevistos acontecem sempre. Só que o brasileiro - que tem o orçamento todo tomado por prestações, porque aprendemos a comprar a prazo e nos tornamos viciados nisso - vai ter muita dificuldade para lidar com imprevistos.

Em segundo lugar, sim, para poupar é necessário ter um rótulo para cada centavo. Vou poupar para quê? Você precisa de objetivos. Tem também outra lição importante que é  “pague-se primeiro”. Guarde o dinheiro para os sonhos antes de qualquer coisa. Ou seja, quando o salário cair na sua conta, você já reserva x reais pra próxima viagem, y para a faculdade do filho. Coloque logo na poupança ou na aplicação que você achar melhor. Se no final do mês faltar dinheiro para pagar as contas do dia-a-dia, tome emprestado.

Isso faz sentido?

Você pode pensar: a aplicação rende 0,7% ao mês e o empréstimo me custa 3%, por que vou tomar emprestado? Porque a aplicação é por 10, 15 anos. O dinheiro emprestado, se você for consciente, vai lidar rapidamente com aquilo. Se for um valor alto, os juros serão o preço a pagar por uma falha de planejamento. Matematicamente, parece que estou indo pelo caminho errado, mas conscientemente é o preço que eu pago para garantir um sonho e garantir um sonho vai trazer mais motivação para me manter mais disciplinado. Pague-se primeiro é orientação poderosa. O empréstimo eventual, desde que seja para gerar renda, montar negócio ou preservar grandes sonhos eu acho razoável. Empréstimo pra consumo, esse sim é pecado.

As opções de investimento no Brasil têm crescido nos últimos anos. Existe o melhor investimento?

Não existe o melhor investimento. Eu preciso conhecer muito bem a pessoa que quer investir o dinheiro, porque para algumas pessoas até um título de capitalização vai ser melhor. A capitalização - que tem rendimento negativo - pode ser um bom negócio, porque às vezes a pessoa é motivada pela loteria. Ela quase ganhou um prêmio, aí mantém a aplicação por 12, 15 meses. Quando liquida o título já tem massa de recursos para começar a investir em um terreno, em uma carteira de ações, não importa. Ela criou a disciplina necessária para o primeiro impulso, que é o mais difícil. Mas para a maioria dos brasileiros, que tem conta-salário e não tem serviços financeiros na conta, a poupança ainda é o melhor investimento. Digo com tranquilidade que o melhor investimento para qualquer pessoa é aquele com o qual a pessoa se sinta bem aprendendo sobre ele. Porque se pesquisar com curiosidade vai descobrir as falhas de determinado produto, um banco que oferece algo melhor e vai migrar seu dinheiro para um investimento mais eficiente.

Imóvel é investimento? Qual a sua opinião sobre uma possível bolha imobiliária no Brasil?
Primeiro, essa ideia de que imóvel é algo muito importante de se ter no Brasil vem de uma história recente de grande valorização imobiliária, de um país que há poucas décadas era predominantemente rural e passou a ser predominantemente urbano. Todo mundo que comprou imóvel em meados do século passado viu esse imóvel se valorizar muito em função do crescimento das cidades. Hoje isso já não acontece.

Acho arriscada uma análise como a do Shiller [Nobel que previu a bolha dos Estados Unidos e afirmou que o Brasil passaria por situação parecida]. Concordo com a análise de que mercado brasileiro tem certa saturação, concordo que período pós-Copa tende a ter certo refreamento dos preços, mas não concordo que seja hora de vender ou que talvez não seja hora de comprar. Porque toda média é burra. Se eu falar que mercado brasileiro vai perder 5% do valor nos imóveis, muita gente que tem imóvel com potencial de valorização pode se desfazer dele. Pode acontecer uma calamidade, uma guerra no país, sempre haverá regiões com potencial de valorização. Se o mercado brasileiro perder 5% ou 8% ou 10% - e nada disso caracteriza bolha - mesmo assim há bairros recebendo novos metrôs, shoppings, cidades se expandindo em função de certo eixo comercial. Não posso perder o foco dessas oportunidades simplesmente porque não é hora de comprar.

O que você diria para alguém que está num dilema se compra ou não imóvel?

Pode comprar. Mas, principalmente para não se arrepender, estude o plano diretor da sua cidade. Escute dois ou três corretores de imóveis, preferencialmente não relacionados ao imóvel que você quer negociar. Entre no site do Secovi, que dá um mapa, uma projeção de evolução do metro quadrado nas grandes cidades pra entender as grandes tendências.

Seu grande bestseller foi o livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. Ele completa 10 anos em 2014. Você acha que algo mudou em relação ao dinheiro na vida a dois? Por que dinheiro continua sendo uma das principais causas de separação?

Mudou. Quando ele foi escrito, eu dizia que casais não conversavam sobre dinheiro. Hoje já não posso falar isso. Todas as revistas, sites, canais de televisão que tratam de variedades falam também de dinheiro. Não é mais um tabu, só que os casais ainda não falam sobre isso. Hoje é mais uma questão de falta de tempo, correria da vida moderna. O pouco tempo que os casais têm para convívio eles não querem falar de dinheiro.

Acho que ainda há um problema em relação à idade média dos primeiros compradores de imóvel, que segundo o Secovi está em torno dos 31 anos de idade. Isso para mim é radicalmente contrário ao bom planejamento financeiro. Comprar casa própria muito cedo engessa as escolhas, em dois sentidos. Primeiro, quando você se fixa, mata oportunidades de trabalhar em outras cidades ou países. Além disso, quem assume prestações pesadas e inflexíveis por muito tempo geralmente assume menos riscos na carreira, riscos esses que trazem aumento de renda e novas experiências. Um jovem casal precisa ter consciência que enquanto não estiver satisfeito com o que se ganha - e nenhum jovem deveria estar - flexibilidade é elemento chave pra você crescer. O aluguel é um parceiro importantíssimo dessa flexibilidade. Quando você assume um estilo de vida inflexível começa a ser pressionado para manter aquele estilo de vida. Faz com que a carreira estacione.

Então os recém-casados não precisam necessariamente ter uma casa própria?

Eu acho que eles necessariamente não devem comprar casa própria. Caso queiram comprar, devem tratar o imóvel como investimento e não casa própria, que você quebra parede e instala cozinha americana. Por exemplo, você acabou de casar, viu uma oportunidade com um alto potencial de valorização e saiu do aluguel por causa disso, ótimo. Mas não instale móveis planejados ali e prepare-se para a mudança. A partir do momento que aquele imóvel valorizar, é hora de vender e partir para o próximo. Mais perto dos 40 anos, a renda é maior, você acumulou FGTS e pode entrar no financiamento para quitar o imóvel em 10 anos, ao invés de ficar 30 anos pagando. Meu convite é para os que jovens diminuam o gasto fixo, continuem aproveitando o que motivou o casamento, como romantismo, lazer, cuidado de um com o outro, e experimentem a vida para criar condições de ganho.
Quais são os principais erros que os casais cometem?

O primeiro é não conversar. Quando você conversa, um entende melhor as ambições do outro. O segundo é se esforçar demais para prestar contas para a sociedade, que significa ostentar um estilo de vida incompatível com o casal. Conversar pouco e mobilizar demais o orçamento são os principais. Mas há outros. Por exemplo, se preocupar demais com a rotina do casamento e não os sonhos futuros. Ou se preocupar com o sonho de um só. Num relacionamento, um mais um dá três. É preciso realizar os sonhos dele, os dela e os típicos de casal. Podem demorar mais para acontecer, mas a motivação é maior.

E quando uma das partes ganha muito mais que a outra? Existe alguma dica de como lidar com isso?

A melhor solução no meu entender é única. Não existe dinheiro meu e dinheiro dela. Ambos se esforçam para que se maximize o que casal pode fazer em termos de realização. Se há uma situação em que um ganha mais, o que ganha menos deve chamar para si responsabilidade de dar suporte para aquela carreira que está sendo mais interessante nesse momento. Mas deve-se discutir continuamente a possibilidade de inverter esse papel. Profissões que remuneram muito bem geralmente desgastam mais a pessoa. E a pessoa que ganha mais e está recebendo esse suporte precisa ouvir o outro e continuamente questionar se há felicidade, realização.

Você pode falar um pouco sobre o seu próximo livro?

No Adeus, Aposentadoria, eu contesto uma lógica maluca que as pessoas estão seguindo para o fim da carreira, que é excessivamente sacrificante, mas chega num resultado que não é gratificante. Proponho uma mudança de modelo: não se aposentar mais. Como? Entre outras coisas, moldando uma carreira para que você possa trabalhar até os 80, 90 anos de idade. Que chegue um momento em que você se aposenta pela formalidade do termo, dá entrada no INSS, mas aí muda sua maneira de ganhar dinheiro fazendo algo que te apaixone. Para muita gente, carreira é sinônimo de começo, meio e fim, o fim sendo aposentadoria. Eu encaro a aposentadoria como o começo da melhor fase do dinheiro na vida das pessoas, desde que as pessoas se preparem pra isso.

O trabalho às vezes é visto como um fardo. Você defende que viver bem é gostar do que se faz?

Até certo ponto. Porque principalmente os jovens não podem confundir a ideia de fazer o que se gosta com a ideia de sempre fazer o que se gosta. Se eu quero chegar a um ponto em que eu faço o que gosto, eu tenho que entrar na situação de fazer o que eu não gosto, que é o começo de qualquer carreira. Num segundo momento, você vai conseguir fazer escolhas. E essas escolhas não são para a vida toda. Estar empregado é uma oportunidade de reservar parte do que se ganha e lá na frente ter o próprio dinheiro para, na aposentadoria da carreira, trabalhar para si mesmo. Seja como empreendedor ou investidor. O tempo de trabalho é um tempo de aprendizado para o empreendedorismo. E, para mim, empreendedorismo não é necessariamente abrir um negócio. Você pode ter uma atitude empreendedora com dois ou três imóveis que já comprou estudando a hora certa de comprar, vender ou alugar.