Prémio
Nobel da Economia 2015 vai para Angus Deaton, da Universidade de Princeton
12/10/2015,
12:03234 partilhas
A Academia Sueca decidiu entregar
o Prémio Nobel da Economia a Angus Deaton, um escocês que tem cidadania norte-americana
e britânica e que é professor da Universidade de Princeton, nos EUA.
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O prémio Nobel das Ciências Económicas de 2015 foi
entregue a Angus Deaton, um escocês que tem cidadania norte-americana e
britânica e que é professor da Universidade de Princeton,
nos EUA. O prémio foi entregue devido ao trabalho de pesquisa de Angus Deaton
sobre os temas do “consumo, pobreza e prestações sociais”.
O anúncio foi feito esta segunda-feira, 12 de
outubro, pela Academia Real das Ciências da Suécia. O website
da Universidade de Princeton disponibiliza, neste link, os principais artigos
científicos de Angus Deaton. O académico tem 69 anos de idade e, ao longo da
sua carreira, tem concentrado a sua pesquisa nos temas da saúde, bem-estar e
desenvolvimento económico.
Numa crítica ao seu recente livro – “The Great Escape” –, o The New York Times escreveu
que “a mensagem central de Deaton é profundamente otimista, quase gloriosamente
otimista”.
A Academia Sueca quis premiar Deaton porque este
“transformou os campos da microeconomia, macroeconomia e desenvolvimento
económico”. O trabalho do professor de Princeton ajuda-nos a antecipar três
questões cruciais: “Como é que os consumidores distribuem os seus gastos entre
diferentes bens?”; “Quanto do rendimento das sociedades é gasto e quanto é
poupado?; e “Qual é a melhor medida e a melhor forma de analisar as prestações
sociais e a pobreza?”.
Angus Deaton, que se doutorou na Universidade
de Cambridge, participou, via telefone, na conferência de imprensa em que foi
anunciado o prémio. Foi convidado por uma jornalista a comentar a recente crise
dos refugiados e disse que esta é o resultado das “barreiras” que existem entre
o “mundo pobre e o mundo rico”, ao cabo de “séculos de desenvolvimento
desigual”. “A redução da pobreza nos países pobres pode resolver o problema,
ainda que não por muito tempo”, respondeu o académico.
Na resposta a outra pergunta, Angus Deaton disse
acreditar que a pobreza extrema vai continuar a diminuir no mundo, mas
asseverou que não quer ser “um otimista cego”. “Não estamos ainda fora de
perigo. Para muitas pessoas no mundo, as coisas estão muito, muito más“,
afirmou o académico nascido na Escócia.
Um
escocês depois de um francês
No ano passado, em 2014, o Nobel da Economia foi
entregue ao francês Jean Tirole, pela
sua “análise do poder e da regulação dos mercados” onde existem poucas
empresas em concorrência. A Academia Sueca afirmou, na altura, que
o Professor da Universidade de Toulouse era “um dos economistas mais
influentes do nosso tempo” que fez “contribuições teóricas importantes em
várias áreas, mas acima de tudo ajudou a compreender e regular setores onde
existem apenas algumas empresas poderosas”.
Já em 2013, os laureados tinham sido Eugene F.
Fama, Lars Peter Hansen (dois Professores da Universidade de Chicago, nos
EUA) e Robert Shiller, da Yale University, pela sua “análise empírica dos
preços dos ativos”. O prémio Nobel das Ciências Económicas é entregue
anualmente desde 1969, fazendo deste o 46º prémio. Nos primeiros 45 anos, o
prémio foi dividido por duas pessoas em 17 ocasiões e seis vezes houve três
laureados a partilhar a honra.
Segundo um conjunto de factos históricos reunidos
pelo site oficial do Prémio Nobel, entre 1969 e 2012, a média de idades dos
laureados com o Nobel da Economia foi de 67 anos. O premiado mais novo foi
Kenneth J. Arrow, que tinha 51 anos quando recebeu o prémio em 1972, e o mais
velho Leonid Hurwicz, que tinha 90 anos em 2007, ano em que foi laureado
com o Prémio Nobel da Economia. A primeira mulher a receber o prémio foi
Elinor Ostrom, em 2009.
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