Quatro
maiores bancos detêm 78,6% do crédito no país
- 17/10/2017 13h22
- Brasília
Kelly
Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Os quatro maiores bancos do país
concentram a maior parte do mercado de crédito, de acordo com dados do
Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central, divulgado hoje (17).
Em junho, Itaú-Unibanco,
Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal detinham 78,65% de todas as
operações de crédito. Em junho de 2016, essa concentração era um pouco menor –
estava em 76,95%. Há quase dez anos, no final de 2007, o percentual era ainda
menor: 54,67%.
De acordo com o relatório, as
quatro instituições também são responsáveis pela maior parte dos ativos
bancários: 72,98%, em junho deste ano. Esses bancos também detém 76,74% dos
depósitos.
Em agosto, a taxa média de juros dos
empréstimos às famílias ficou em 62,3% ao ano. No caso das empresas, a taxa era
de 24,4% ao ano. Os empréstimos com taxas mais altas para pessoas físicas são
as do cheque especial (317,3% ao ano) e rotativo do cartão de crédito (média de
397,4% ao ano).
Saiba
Mais
Crédito às empresas
No relatório, o Banco Central diz
que as condições mais restritivas nas concessões de empréstimos pelos bancos no
país sinalizam uma “melhora prospectiva” na qualidade da carteira de crédito.
Por outro lado, diz o BC, ainda há riscos relacionados ao crédito às empresas e
nos bancos públicos.
“A melhora no ambiente adverso da
economia real pouco se refletiu nos indicadores agregados de crédito no
primeiro semestre de 2017. Todavia, na margem, observa-se alguma retomada no
apetite das instituições financeiras, especialmente no que concerne às
operações com garantias”.
Segundo o BC, é condição
necessária para a retomada do crédito às empresas, a melhoria na capacidade de
pagamento das pessoas jurídicas.
No mês passado, o BC informou que
não espera mais por crescimento do crédito,
este ano. A projeção para o saldo do crédito bancário foi revisada de expansão
de 1% para estabilidade em relação a 2016 (R$ 3,105 trilhões).
Em agosto, o saldo do crédito
total ficou em R$ 3,046 trilhões, com retração de 0,1% no mês e de 2,2% em 12
meses. No caso das pessoas físicas, o saldo ficou em R$ 1,609 trilhão, com alta
de 0,7% no mês e de 4,6%, em 12 meses. No caso das empresas, houve retração de
1% no mês e de 8,8% em 12 meses, com saldo de R$ 1,437 trilhão.
Edição: Maria
Claudia
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