Por que a
crise parece estar longe de acabar?
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Nossa opinião é que precisamos trabalhar mais, nos valorizar e valorizar nosso país, sermos mais solidários e ter mais disposição para enfrentar a vida (Paulo)
Sem
dinheiro: o governo se vê forçado a cortar gastos e o Banco Central a manter
juros altos
Irineu de
Carvalho Filho, do Porque.com.br
São Paulo - O Banco Central (BC), em seu Índice de Atividade Econômica
(IBC-Br) para o mês de dezembro de 2015, não trouxe exatamente novidades. Como
se tornou habitual, o índice apresentou queda em relação ao mês (de 0,5%) e ao
ano (de 6,5%, uma enormidade) anteriores.
Esse índice foi desenhado como
uma aproximação do PIB. Como o PIB oficial, por assim dizer,
demora mais a ser publicado, podemos usar o IBC-Br como referência para
projetar o PIB antes da divulgação.
Pois bem, o tal do IBC-BR indica
que o PIB deve ter encolhido aproximadamente 4% ano passado.
Mas chega de números! O que isso
significa?
Significa que 2015 foi um dos
piores anos da história econômica republicana no Brasil. E, como
2016 não está começando bem, é muito provável que 2015/2016 seja o pior biênio
da história econômica republicana no Brasil.
Vai haver aumento no desemprego,
que deve passar de 12%, nível nunca dantes atingido pelas taxas de desemprego
neste país.
Muito analista, gente respeitada,
já acha que podemos ver o desemprego passar desses 12%, com alguma margem antes
do fim do ano.
E o que os economistas podem
fazer para tirar o país desta zica?
Infelizmente, não há muito a se
fazer.
Por que não?
Nos livros de economia,
aprendemos que, durante uma recessão, um aumento dos gastos do governo (por
exemplo, construir ligações de esgoto na periferia ou pavimentando estradas
vicinais) reduz a profundidade do buraco em que a economia se meteu.
Não é? E também aprendemos que
reduções na taxa de juros podem estimular o consumidor a comprar no crediário
ou o empresário a financiar a expansão de sua firma. Certo?
Mas, quando o Brasil estava
vivendo a maré favorável de poucos anos atrás, nós não cortamos os gastos
públicos.
Deixamos a dívida pública se
acumular. E a inflação também deixamos correr solta, acima da meta de inflação.
Agora, quando a maré piorou, já não temos margem de manobra.
Com a dívida pública explodindo e
os preços aumentando feito a Alemanha marcando gol no Mineirão, o governo se vê
forçado a cortar gastos e o Banco Central a manter juros altos. Justo agora,
que precisamos de estímulo.
Vamos então apertar os cintos e
torcer para que o impacto não doa muito, já que o anestesista acabou de sair
para tomar uma cachacinha.