Fechamento
de lojas do Walmart é reflexo de algo muito maior
Gigante não espera crescimento nas vendas neste ano, e isso pode ser uma
má notícia para todo o país
Por Paula Zogbi Em
19 de fevereiro de 2016
A gigante do varejo
norte-americana Walmart afirmou que não espera
nenhum crescimento significativo nas vendas para o ano fiscal de 2017, com
fechamento de lojas ao redor do mundo e o fortalecimento contínuo do dólar. Em
janeiro, 269 lojas foram fechadas – no Brasil, foram 60.
Mas isso não é uma exclusividade
do Walmart, como mostra esta reportagem do Business Insider. A Macy’s,
outra rede conhecidamente grande de varejo dos EUA, disse que fechará 40 lojas
no início de 2016.
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No Brasil, 95 mil lojas foram
fechadas em 2015, em partes por conta da crise econômica. Mas outro fator pode
estar ajudando neste movimento: a facilidade de fazer compras sem sair de casa.
O comércio eletrônico brasileiro
cresceu 22% em 2015, mesmo com crise, e uma pesquisa da Dexi mostra o
foco neste mercado como uma forte tendência para 2016, bem como as compras pela
internet.
“O crescimento de empresas no
e-commerce como Magazine Luiza, Máquina de Vendas, Saraiva, Walmart, Renner, Centauro,
Ultrafarma entre outros, deverá alterar o ranking e reduzir a participação do
seleto grupo acima. Gigantes do varejo têm aumentado seus investimentos no
e-commerce para fortalecer as transações de venda e a imagem das suas lojas
virtuais”, afirma a pesquisa nacional.
A Amazon, ainda que tenha
crescido menos que o esperado, é um dos principais responsáveis por essa
migração para as compras online. O crescimento de 2015 foi de 20% em relação a
2014, com lucro de US$ 596 milhões.
Segundo o próprio Walmart, as
vendas pela internet cresceram 12% no ano passado, e os investimentos neste
segmento são cada vez mais expressivos. Ironicamente, esse investimento tende a
fazer com que mais e mais lojas físicas sigam fechando.
Regras do
ICMS fizeram com que empresas suspendessem as operações
Se liminar que suspende a obrigatoriedade para PMEs for derrubada,
muitas pequenas empresas podem quebrar, afirma especialista
Por Paula Zogbi Em
19 de fevereiro de 2016
SÃO PAULO – Nesta quarta-feira, 17, o Supremo
Tribunal Federal (STF) concedeu uma liminar que suspende a obrigatoriedade das
novas regras do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para
empresas optantes do Simples Nacional.
Provisória, a medida garante um
direito que, para o especialista em gestão financeira e sócio-fundador da Syhus
Contabilidade Cristiano Freitas, é essencial para a sobrevivência de pequenas
empresas.
“As novas regras faziam com que
as empresas passassem a recolher o ICMS de partida de todos os produtos que
enviassem, o que aumentou drasticamente os custos e, consequentemente, os
preços dos produtos”, comenta o especialista. Isso, explica, é extremamente
prejudicial para empresas menores, com menos capacidade de competição no
mercado. “Tenho clientes que precisaram parar as operações por conta destas
regras”, diz.
O comércio eletrônico foi o
segmento mais atingido, por atuar de forma interestadual. “As empresas poderiam
recolher esse imposto de duas formas: confeccionando uma guia separada a cada
compra – e, nesse caso, necessitavam uma mão de obra muito grande – ou abrir
inscrições estaduais pra não pagar a cada remessa, mas sim uma vez por mês –
contudo, a burocracia é muito grande para fazer isso a cada estado em que um
comércio atua”, explica Cristiano.
Atualmente, empresas cadastradas
no Simples Nacional recolhe apenas uma guia, o que facilita no pagamento dos
impostos.
Caso essa liminar não se torne uma
lei complementar, que de fato altere esse sistema tributário, o retorno dessa
cobrança de ICMS pelas novas regras pode ser fatal para muitas dessas pequenas
empresas. “Acredito que uma diferença nos impostos possa ser adicionada dentro
do imposto do Simples, mas com taxas menores. Caso contrário, tenho certeza que
muitas empresas, incluindo clientes meus, serão prejudicadas diretamente e
podem até fechar”.
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