Diretor
do BC diz que é preciso calma em momento de estresse no mercado
- Brasília
Kelly
Oliveira – Repórter da Agência Brasil
O diretor
de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, disse que é preciso
“calma e discernimento analítico”, em momento de estresse do mercado
financeiro. “É necessário prosseguir nas políticas anunciadas, separar as
causas da volatilidade, dar direção ao mercado e preservar sua funcionalidade”,
ao divulgar o Relatório Trimestral de Inflação, do terceiro trimestre do ano.
Awazu
destacou que ter calma não significa complacência ou “cegueira” e que é preciso
discernimento para entender que os aumentos de prêmio de risco (retorno
adicional que investidores recebem por aceitar risco) do Brasil são
temporários. “O governo está resolutamente caminhando para que os efeitos de
prêmios de riscos excessivos, que tem se manifestado recentemente, possam ser
revertidos”, disse.
Ele
enfatizou que a estratégia do BC é manter a taxa básica de juros, a Selic, no
atual patamar de 14,25% ao ano e que o governo está agindo para dar
sustentabilidade à dívida pública. O BC espera que o governo consiga atingir a
meta de superávit primário, economia para o pagamento dos juros da dívida
pública, de 0,15% do Produto Interno Bruto (IPB) neste ano e de 0,70%, em 2016.
O dólar e
os juros futuros têm subido fortemente nos últimos dias, em momento de incertezas
do mercado sobre o atingimento da meta de superávit primário.
No último
dia 9, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P)
anunciou o rebaixamento da nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+. Com a
redução, o Brasil perdeu o grau de investimento conferido a países considerados
bons pagadores e seguros para investimento estrangeiro. A agência retirou o
grau de investimento após o governo apresentar o Orçamento para o próximo ano
com déficit de R$ 30,5 bilhões. Posteriormente, o governo anunciou medidas para
ampliar as receitas e atingir a meta de superávit primário do setor público de
0,7%, no próximo ano.
Sobre a
inflação, Awazu disse que o objetivo do BC continua sendo atingir a meta de
4,5%, em 2016. Para ele, a trabalho desenvolvido pelo BC tem mostrado
resultados positivos porque não haverá descontrole inflacionário em 2016. Awazu
acrescentou que isso dá confiança aos cidadãos e empresários, mas não é
suficiente.
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