Após sete
meses de queda, produção industrial inicia 2016 com crescimento
- 04/03/2016 09h45
- 04/03/2016 11h03
- Rio de Janeiro
Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
IBGE diz que o setor industrial, em janeiro, volta
a mostrar um quadro de maior ritmo produtivo Arquivo/Agência Brasil
A produção industrial brasileira
cresceu 0,4% em janeiro em relação a dezembro de 2015, na série livre de
influenciais sazonais, interrompendo um período de sete meses de quedas
consecutivas, quando acumulou perdas de 8,7%. Os dados fazem parte da Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada hoje (4).
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), os dados da pesquisa indicam que, quando
comparada a janeiro de 2015, a indústria, no entanto, caiu 13,8%, a vigésima
terceira taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde os -14,1% de abril de
2009.
Já a queda de 9% no resultado
acumulado nos últimos doze meses (a taxa anualizada) foi a mais intensa desde
novembro de 2009, mantendo uma trajetória descendente iniciada em março de 2014
(2,1%).
Segundo o IBGE, o setor
industrial, em janeiro de 2016, "volta a mostrar um quadro de maior ritmo
produtivo, expresso não só no avanço de 0,4% na comparação com o mês
imediatamente anterior, que interrompeu sete meses consecutivos de queda, mas
também no predomínio de taxas positivas entre as grandes categorias econômicas
e as atividades investigadas”.
Média global
O crescimento de 0,4% na
atividade industrial reflete resultados positivos em três das quatro grandes
categorias econômicas e em 15 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a
principal influência positiva foi registrada por coque, produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis, com avanço de 2,8%, segunda taxa positiva
consecutiva, acumulando expansão de 6,6%.
Entre os nove ramos que reduziram
a produção, o desempenho de maior importância para a média global foi
assinalado por indústrias extrativas, com queda de 2,7%, quarto resultado
negativo consecutivo, acumulando redução de 15,2%.
Já entre as grandes categorias
econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de
capital, ao avançar 1,3%, e bens intermediários (0,8%) mostraram as expansões
mais acentuadas em janeiro de 2016. O setor produtor de bens de consumo semi e
não duráveis fechou janeiro de 2016 com crescimento de 0,3%, a terceira
expansão consecutiva, com ganho acumulado de 0,8%. Já o segmento de bens de
consumo duráveis (-2,4%) teve o único resultado negativo em janeiro, após
avançar 8% em dezembro, quando interrompeu quatro meses consecutivos de redução
na produção.
Ainda segundo a pesquisa do IBGE,
os segmentos de bens de consumo duráveis (0,7%) e de bens de consumo semi e não
duráveis (0,2%) assinalaram taxas positivas em janeiro, com o primeiro
interrompendo 13 meses consecutivos de queda e o segundo voltando a crescer,
após comportamento negativo desde julho de 2015.
Indústria
Apesar de ter fechado janeiro com
crescimento de 0,4% sobre dezembro de 2015, a indústria brasileira encontra-se
19,2% abaixo do nível recorde – 5,7% - do parque fabril do país, registrado em
junho de 2013. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal indicam que, em janeiro,
a produção recuperou apenas uma pequena parte da perda de 8,7% acumulada no
período junho-dezembro de 2015.
Ainda na série com ajuste
sazonal, permanecem os sinais de menor intensidade da atividade industrial, que
ficam evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que fechou
os três meses encerrados em janeiro de forma negativa (0,9%), quando comparada
com a média móvel trimestral de dezembro de 2015. “Mesmo reduzindo o ritmo de
queda nos últimos três meses, prossegue com a trajetória descendente iniciada
em outubro de 2014”, ressaltou o IBGE.
O IBGE destaca, ainda, o fato de
que, quando a comparação se dá com janeiro do ano passado (0,4% contra -13,8%),
a produção industrial, em janeiro, permaneceu com queda na produção, atingindo
o vigésimo terceiro resultado negativo consecutivo, “com predomínio de taxas
negativas entre as grandes categorias econômicas e as atividades pesquisadas, e
com claro destaque para os recuos vindos dos setores associados à produção de
bens de capital e de bens de consumo duráveis”.
Queda de 13,8%
Mesmo tendo fechado dezembro com
uma pequena expansão de 0,4%, o parque fabril do país acumula em janeiro deste
ano, na comparação com janeiro de 2015, uma queda de 13,8%. A retração tem
perfil generalizado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes
categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 70 dos 79 grupos e 77,9% dos 805 produtos
pesquisados.
Entre as atividades, figuram
veículos automotores, reboques e carrocerias (recuo 31,3%) e indústrias
extrativas (-16,8%). No primeiro caso, exerceram as maiores influências
negativas automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e
carrocerias para ônibus e caminhões e, no caso da indústria extrativa, minérios
de ferro e óleos brutos de petróleo. Ainda na comparação com janeiro de 2015,
produtos do fumo (21,5%) e celulose, papel e produtos de papel (1%) foram as
duas atividades que aumentaram a produção.
Ainda no confronto com igual mês
do ano anterior, bens de capital (-35,9%) e bens de consumo duráveis (-28,2%)
assinalaram, em janeiro de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes
categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-11,9%%) e
de bens de consumo semi e não duráveis (-7,2%) também mostraram resultados
negativos, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-13,8%).
Texto
atualizado as 11h03 para acréscimo de informações
Edição: Kleber
Sampaio
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