Modelo para
retomar obra de Angra 3 servirá para próximas usinas
Bento Albuquerque
disse que modelo será definido ainda este mês
Publicado em 05/07/2019 - 16:02
Por Vinícius
Lisboa - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O
ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reafirmou hoje (5), que será
definido ainda este mês o modelo de parceria com o setor privado que permitirá
a retomada da construção da usina nuclear Angra 3. Ele acrescentou que o modelo
será aproveitado na construção dos próximos projetos de usinas nucleares no
país.
O
planejamento energético brasileiro prevê a construção de mais 4 gigawatts de capacidade
instalada para geração de energia elétrica por usinas nucleares, e esse
montante pode, inclusive, aumentar na próxima revisão anual do planejamento,
previsto para ser divulgado em 10 de dezembro.
"Acredito
que o modelo que estamos em fase final de elaboração para a conclusão de Angra
3 será muito importante para, independentemente daquilo que o plano nacional de
energia apontar, dar viabilidade de novas usinas nucleares para o país nos
próximos anos", disse o ministro, em almoço com empresários na Associação
Comercial do Rio de Janeiro.
Após a
definição do modelo, o Ministério de Minas Energia prevê que o edital para
encontrar um parceiro para Angra 3 será publicado até o fim do ano, de modo que
a assinatura do contrato e a retomada das obras possa se dar no segundo
semestre de 2020. Angra 3 deve começar a gerar energia em caráter de teste em
2025 e, em janeiro de 2026, começará sua operação comercial, quando de fato
fornecerá energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional.
Mais de
60% da Usina de Angra 3 já foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões.
Para concluir a obra, no entanto, faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos,
que devem vir do parceiro privado, que será selecionado a partir da definição
do modelo. O valor pode variar de acordo com o câmbio, porque cerca de 30% dos
investimentos são em moeda estrangeira.
A
Eletronuclear calcula ainda que o custo de não concluir Angra 3 seria de mais
de R$ 10 bilhões, contando o pagamento de financiamentos, encerramento de
contratos e limpeza da área das obras.
Mineração de urânio
O governo
avalia também a participação da iniciativa privada na mineração de urânio no
Brasil. O ministro destacou que é preciso retomar a exploração desse minério no
país, e a forma de reativar o setor está sendo estudada e deve ter resultados
apresentados já nos próximos meses. A atuação da iniciativa privada, defendeu o
ministro, deve se dar "de forma controlada e fiscalizada e em parceria com
as Indústrias Nucleares do Brasil".
A
produção de combustível para as usinas nucleares a partir do urânio, entretanto,
vai continuar sendo monopólio da INB, conforme definido pela Constituição.
"Na
questão de combustível propriamente dita, hoje a Indústrias Nucleares do Brasil
perdeu ou está perdendo a sua capacidade de investimento. Por ser dependente e
pelas contas públicas estarem da forma como se encontram, é impossível haver
aportes de recursos para aqueles investimentos que a empresa tem no seu
planejamento, inclusive para atender à necessidade total de Angra 1 e Angra
2".
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Edição: Fernando Fraga
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