Taxa de
juros do cheque especial chega ao recorde de 308,7% ao ano
- 25/05/2016 11h07
- Brasília
Kelly
Oliveira – Repórter da Agência Brasil
A taxa de juros do cheque
especial continuou a subir em abril. De acordo com dados do Banco Central (BC),
divulgados hoje (25), a taxa do cheque especial subiu 7,9 pontos percentuais,
de março para abril, para 308,7% ao ano. Essa é a maior taxa da série histórica
do banco, iniciada em julho de 1994.
Já taxa de juros do rotativo do
cartão de crédito caiu 0,8 ponto percentual. Mesmo assim, continua sendo a mais
alta das taxas pesquisadas pelo BC. Em abril, taxa ficou em 448,6% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado
pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão.
Essa é a modalidade com taxa de juros mais alta na pesquisa do BC.
A taxa média das compras
parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos
saques parcelados subiu 4,8 pontos percentuais e ficou em 150,7% ao ano.
A taxa do crédito pessoal subiu
4,6 pontos percentuais para 130,8% ao ano. Já a taxa do crédito consignado (com
desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 ponto percentual para 29,7% ao ano.
A taxa média de juros cobrada das
famílias subiu 1,6 pontos percentuais, de março para abril, quando ficou em
70,8% ao ano.
A inadimplência do crédito,
considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou estável em
6,2%.
No caso das empresas, a taxa de
inadimplência ficou em 5,1%, alta de 0,2 ponto percentual. A taxa média de
juros cobrada das pessoas jurídicas ficou estável em 31,1% ao ano.
Esses dados são do crédito livre
em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e
definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos
com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores
habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas
físicas ficou em 10%, queda de 0,1 ponto percentual. A taxa cobrada das
empresas caiu 0,3 ponto percentual para 11,6% ao ano. A inadimplência das
famílias ficou em 2,1% e das empresas em 1,2%, com alta de 0,2 ponto
percentual.
O saldo de todas as operações de
crédito concedido pelos bancos caiu 0,6%, em abril, quando ficou em R$ 3,142
trilhões. Esse valor correspondeu a 52,4% de tudo o que o país produz – Produto
Interno Bruto (PIB), ante o percentual de 53% registrado em março deste ano.
“A desaceleração no mercado de
crédito se deve, principalmente, à retração do nível da atividade econômica, à
elevação das taxas de juros e ao patamar reduzido dos indicadores de confiança
de empresários e consumidores, que afetam negativamente a oferta e a demanda de
crédito”, diz o relatório do BC.
Edição: Maria
Claudia