Perfil ideal de um agente
autônomo de investimento
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Assim como qualquer instituição financeira, o
agente autônomo também depende de credibilidade e da própria reputação para
prosperar. Ser honesto (muito honesto!) e ganhar a confiança do cliente no
longo prazo ajudam a conquistar novos investidores por meio de indicações. O
bom agente autônomo não é apenas um distribuidor de investimentos, mas também
auxilia no acompanhamento da carteira do investidor e na realocação do
portfólio quando necessário. Ele consegue demonstrar que o cliente está em
primeiro lugar – garantindo uma relação duradoura e saudável.
Por último, é importante que a pessoa que mergulha
na profissão de agente autônomo tenha alguma reserva financeira para arcar com
os próprios gastos nos primeiros meses após a abertura do escritório. Enquanto
não consegue montar uma carteira de clientes grande o suficiente para garantir
a remuneração sonhada, pode ser necessário usar parte dessa reserva para manter
o padrão de vida. Mas o tempo joga a favor do agente autônomo. À medida que os
anos passam, o profissional poderá conquistar novos clientes sem perder os
antigos, aumentando cada vez mais o bolo das comissões.
Para exercer a profissão de agente autônomo, é
preciso ser aprovado em um exame de certificação realizado pela Ancord (a
associação nacional de corretoras e distribuidores). O exame visa verificar a
qualificação técnica dos candidatos a exercer a profissão e inclui 80 questões
de múltipla escolha, com quatro alternativas cada uma. As perguntas testam o
conhecimento dos candidatos sobre o mercado financeiro, os produtos de
investimento e a profissão de agente autônomo. É preciso acertar ao menos 70%
das perguntas para ser aprovado. Para realizar a prova, não é necessário
possuir diploma de ensino superior - basta ter concluído o ensino médio.
Pessoas condenadas por crimes financeiros, impedidas de administrar os próprios
bens ou com antecedentes criminais não podem realizar o exame. As datas, os
locais, as instruções para a inscrição nas provas e a bibliografia recomendada
podem ser consultados no site da Ancord.
A Ancord promove cursos específicos para a obtenção
da certificação, existindo outros disponíveis no mercado. Depois que for
aprovado no teste, o agente autônomo terá que solicitar seu credenciamento na
Ancord para que possa começar a exercer a profissão. O profissional terá ainda
de aderir ao código de conduta profissional dos agentes e também ao código de
autorregulação do mercado desenvolvido pela Ancord. As duas solicitações podem
ser feitas pelo site da associação.
A divisão de funções no mercado financeiro
O agente é o responsável por ajudar diretamente os
clientes a escolher aplicações financeiras. Se o investidor ainda não conhece
os fundos imobiliários ou então não sabe como usar opções para proteger a
carteira de ações, por exemplo, cabe ao agente tirar as dúvidas. Ele não vai
administrar os recursos do investidor, atividade que, no Brasil, é restrita aos
gestores de carteiras. O agente também não vai escrever um relatório
recomendando a compra ou a venda das ações porque ele não é analista de mercado
(o que não impede, naturalmente, que ele repasse as análises das corretoras).
O que o agente pode e deve fazer é funcionar como
uma ponte entre os analistas e os clientes. Quando a equipe de análise da
corretora tiver identificado alguma oportunidade de investimento, por exemplo,
o agente vai procurar o cliente e informá-lo da análise, dizendo que o papel
pode estar em um ponto interessante de compra. A decisão final sobre a
realização de um investimento cabe sempre ao cliente. As ordens de compra e de
venda de ativos são feitas por escrito por e-mail ou em chamadas telefônicas
gravadas.
O profissional também deve identificar o perfil de
tolerância ao risco de cada cliente e indicar opções adequadas de investimento
(baseado no teste de perfil fornecido pela corretora). Outra tarefa que pode
ser assumida pelo agente é se informar sobre o objetivo do investimento de cada
cliente e encontrar aplicações que se encaixem nessas necessidades específicas.
Por exemplo, alguém que vai comprar um carro daqui a seis meses não deveria
comprar ações ou outros ativos voláteis; já quem planeja se aposentar em 30
anos tem grandes chances de ganhar mais se adicionar ativos de renda variável à
carteira. Por último, o agente também vai precisar saber o funcionamento de
cada investimento, como a tributação e as limitações legais para a aplicação em
determinadas classes de ativos ou fundos – há investimentos que são
direcionados apenas a quem tem muito dinheiro, os chamados investidores
qualificados.
Os agentes autônomos são muito importantes para o
desenvolvimento do mercado financeiro. Como representante de uma corretora, o
agente autônomo pode abrir em um escritório em uma cidade com 50 mil
habitantes, por exemplo, e começar a dar cursos de investimentos para a
população local. Uma parte dos alunos pode se transformar em investidores no
futuro.
Links relacionados
- As regras para a atuação dos agentes autônomos de
investimento foram estabelecidas pela instrução 497 da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários).
- Saiba como fazer cursos e montar seu escritório
de agente de investimento.